terça-feira, 4 de junho de 2013

Leis da Atração- 5 - Cem dólares na cueca

Leis da Atração

Capítulo 5 — Cem dólares na cueca


Narração Edward



– Você está vindo para cá, Emmett? — Perguntei um pouco surpreso. Falávamos ao celular.




– Sim primão! Vou ficar uns tempos aí com você, tio Carl disse que você mora só, então...


– E é assim véi? Perguntar a meu pai e já era?

– Sim cabruquento, não entendeu como funcionam as coisas? Vou pra aí, não se preocupe, já tenho uma entrevista marcada aí primusco! Vou ajudar nas despesas, serei um doninho de casa. — Ele riu alto do outro lado da linha.



– Entrevista aonde? — Sério, tive até medo da resposta.

– Em uma boate aí. Tu sabe que tenho experiência em dança. Sou um profissional!

– Dança? Gogo boy você quer dizer. Em que boate?

– Esqueci o nome porque é bem comprido, mas lembro-me do nome da dona, é Alice Brandon. E é uma delícia!

– Eu sei que boate é, inclusive vou lá na sexta. Isso se der certo lá na audiência.

– Que audiência malucão?

– Emmett, eu faço estágio em um dos escritórios mais famosos do país, só para você sentir o drama.

– O que você estuda mesmo primusco?

– Pare de me chamar assim, isso soa muito gay! A não ser que...

– Não complete a frase! Ainda sou homem. — Ele engrossou mais a sua voz e eu ri.

– Ainda? — Ri mais alto.

– Sempre serei ok?

– Voltando ao assunto, senão não terminamos de nos falar tão cedo e eu ainda preciso trabalhar. Desde quando o point tá precisando de dançarinos?

– Foi um bagulho tipo assim, meio que nas escondidas sacas?

– E como soube disso? — Arqueei uma sobrancelha mesmo sem ele poder me ver.

– Ah mano, não vou entrar em detalhes, mas isso chegou aos meus conhecimentos. E estou indo para aí no sábado, porque à noite tenho um teste para fazer já! Manolo vai me buscar no aeroporto né? Você tem um possante pra nóis andar?

– Sim eu tenho um possante, e pago dois dólares para andar nele.

– Otário cabeçudo! Continua o mesmo bundão Zé Ruela de sempre!

– A que horas seu avião vai pousar?

– Vou chegar aí por volta das oito da manhã.

Fazia anos que eu não via meu primo Emmett, estudamos juntos no primário, mas nos separamos. Seus pais foram embora para Forks, pois surgiu uma oportunidade de emprego para ambos.

Vimo-nos ainda em algumas comemorações de natal na casa da nossa avó Sarah, e a ultima vez foi quando Nessie nasceu, ou seja, faz muito tempo. E do nada o louco me liga dizendo que está vindo morar comigo.

***

Olhei no relógio, já passava das oito e meia da manhã, acordei cedo para ir ao aeroporto por nada. Vi nos telões de avisos que o voo de Emmett atrasou.

– Sério? Não me diga que atrasou. — Falei para mim mesmo olhando um dos telões.

Meu primo chegou às nove da manhã.

Vi aquele brutamontes saindo da salinha de desembarque. Eu explodi de rir quando o vi com uma mala cor de rosa da Barbie. Todo mundo começou a olhar para ele e rindo, pois um homem daquele tamanho, todo bombado com cara de mal com uma mala da Barbie era no mínimo estranho.

– Tão olhando o que manézada? — Ele pareceu ofendido.

– E aí cara! — Apertei sua mão. Então Emmett me puxou para um abraço.

– Que saudades véi. — Quando ele olhou para mim, vi uma lágrima se formando em seus olhos.

– Que isso mano, vai chorar é? — O olhei querendo rir de sua cara.

– O QUÊ? QUEM? — Ele olhou para os lados como se sofresse de esquizofrenia. — Só foi um cisto que entrou no meu olho.

– Um o que véi? — Me indignei. — Um cisto? Cisto Emmett?

– Sim. Vai me dizer que não sabe o que é? — Me olhou de um jeito como se fosse um sabidão, só que não né?

– Eu sei que o que entra em nossos olhos é um cisco, agora cisto eu nunca ouvi falar que entra nos olhos também.

– Tanto faz. — Ele deu de ombros.

– E essa mala? Gogo boy, que me chama de primusco e ainda desembarca com uma mala rosa com a Barbie estampada, o que posso concluir Emmett? — Reprimi um sorriso debochado.

– A grana tava curta sacou? Era a única que tinha lá em sua casa, é de Nessie. Eu precisava vir correndo então peguei esta mesmo. Algum problema? Sou macho ok?

– Ok, não está mais aqui quem falou!

– Mano, agora é sério, quantos litros de gasolina você coloca por dois dólares? — Ele me fez essa pergunta de um jeito tão inocente que foi impossível segurar a risada.

– Do que você está falando? — Perguntei quando consegui me recompor.

– Você disse que tem um possante e que paga dois dólares para andar nele, ou seja, gasosa por dois conto, onde?

– Emmett, você conhece a palavra ônibus? Busão e afins?

– Ônibus cara? Ônibus não. Me recuso.

[...]

Emmett dormiu praticamente o dia todo, e uma hora antes ele pegou seu pen drive e o colocou no DVD velho que eu tenho. E começou a ensaiar.

– Sério que eu tenho que ver isto?

– Feche os olhos babacão!

– Você está no meu apartamento, e eu não sou obrigado a ver isto não!

– Mano, isso é sério, preciso passar neste teste, pelo menos terei um emprego!

– Vou para meu quarto estudar. — Bufei contrariado.

Estudar que nada!

Fiquei lembrando-me de Bella dançando comigo ontem. Quem diria que a senhorita Dragão dança daquele jeito, e que bebe, e como ela bebe!

Fiquei rindo dela dentro de meu quarto, enquanto Emmett fazia o seu showzinho na sala.

[...]

Enfim segunda. Voltar a estudar, a estagiar e a trabalhar. Vida dura!

Emmett estava contente e satisfeito por ter passado no teste e feito seu primeiro show ontem, no domingo. Ele não parava de falar de uma tal morena que trabalha lá e também disse uma coisa que me intrigou e muito.

– O que disse Emmett? Isabella?

– Sim, essa é outra morena gostosa de olhos verdes e cabelos bagunçados enfiou uma nota de cem dólares na minha cueca véi! Pensa, tive que respirar fundo e manter o profissionalismo, senão...

– Sei o ‘’profissionalismo’’. — Fiz aspas com as mãos.

– Uma mulher gritou: Vai Isabella! E a outra: Vai Bella!

Morena gostosa, de olhos verdes, cabelos desgrenhados e com o nome de Isabella, apelido, Bella. NÃO! Será?

Cheguei bem cedo ao escritório e assim que pus os pés no térreo, percebi que tinha um monte de gente olhando para mim maliciosamente, outras balançavam a cabeça negativamente. Não entendi bulefas de nada, mas peguei o elevador e fui para o último andar.

Elle veio correndo ao meu encontro.

– Você é o cara! — Disse ela com euforia. — Tá todo mundo falando de você, Edward.

– O que eu fiz? — Perguntei assustado. — Bem que percebi todo mundo olhando para mim de forma diferente, e também cochichavam uns com os outros quando eu passava. — Confuso cocei a cabeça.

– Não se lembra de nada mesmo? Então me deixa refrescar sua memória. — Falou me mostrando um celular. — Nossa linda chefa com o promotor Klaus dançando na boate. — Ela passava as fotos. — E esta aqui deles saindo de um condomínio. Olha só a cara da senhorita Dragão! E ainda está vestida com uma camiseta masculina que deve ser dele né? Hehe. O motivo o qual você virou celebridade aqui é este. — Vi fotos minhas dançando com Bella, daquele jeito, e minha cara de: Vou agarrá-la a qualquer momento. Elle riu alto, mas eu não achei graça naquilo. — Parece que ela é meio piriguete não? Em um final de semana apenas ela pega três! E cara, você está no meio, agora quem é este aqui? Este vídeo nós recebemos hoje mesmo mais cedo.

O vídeo parecia ter sido gravado de um celular, porém um celular bem avançado, com Full HD e essas coisas. Bella passava as mãos na barriga de meu primo enquanto ele dançava meio que em cima dela. Vi que a mesma passou a língua na barriga feia de Emmett e a parte em que ela coloca a tal nota de cem dólares em sua cueca.

Não conseguimos nos segurar e rimos até quando não aguentamos mais.

Foi quando recebi várias mensagens no meu.

‘’A bruxa subiu na vassoura’’

‘’A Dragão tá voando’’

Corri para sua sala com seu café em mãos e fiquei esperando-a entrar.

– Bom dia senhorita Swan. — Lhe recebi com um sorriso. Eu queria rir de sua cara, mas também ao mesmo tempo fiquei temeroso, e se ela visse aquelas fotos? Masmorra na certa. Mas espere aí, eu tive culpa? Não fui eu quem tirou as tais fotos!

– Edward, marque um horário para a senhorita Hale, Rosalie Hale, no primeiro horário da parte da tarde. – Disse ela apressada.

– Sim senhorita.

– Tudo o que tiver este nome, será prioridade, sempre suba os documentos de Rosalie.

– Subir como assim?

– Sempre os coloque por cima, se estiver embaixo suba-os! — Ela revirou os olhos.

– Está aqui seu café, senhorita.

Ela pegou de minhas mãos e o bebeu, assim que tomou o primeiro gole cuspiu em minha camisa branca, leram bem? CAMISA BRANCA, ELA CUSPIU O CAFÉ!

– Que merda é esta? Este café é daqui? — Ela fazia careta como se tivesse comido cocô, merda, fezes!

– Não senhorita, é daquela cafeteria da esquina que eu sempre compro lá. — Respirei fundo para não me estressar mais.

– Não tem gosto de cappuccino, o que é isto?

Putz! — Mil perdões senhorita Swan, a fila estava imensa e quando chegou minha vez de pedir acabei confundido com o que eu gosto de tomar, o descafeinado.

Ela respirou tão fundo que até tive medo de sua reação.

– Só mude esta camisa ok? Estou sendo até boazinha com você, estou te dando uma segunda chance, porque não quero me estressar, tá?

– Sim senhorita, mas e o seu café? Quer que eu o busque?

– Não, eu mesma vou. Aliás, acho que a partir de amanhã eu mesma vou pegar meu café, porque está bem claro o quanto você é incompetente nessa parte.

– Perdoe-me.

– Eu já te dei uma segunda chance, está esperando o que para ir atrás de outra camisa?

Eu só não sabia onde pegar outra camisa. Aí me lembrei de Emmett. Liguei para ele e nos encontramos no térreo.

– Ei maluco, sua chefa é gostosa?

– Acho que você já sabe.

– Eu a conheço? — Ele piscou confuso.

– Não vou arriscar te levar até onde eu trabalho, porque hoje não é um bom dia.

– E quando será um bom dia?

– Acho que... Nunca.

– Ok então, eu tenho que ir a boate, Alice me ligou hoje mais cedo e quer que eu vá lá conversar sobre a contratação e estas paradas.

– Nossa ela vai mesmo te contratar?

– Acho que eu consegui um emprego mano! — Ele sorriu vitorioso.

Voltei até a sala da senhorita Swan, entrei e ela pareceu não perceber que eu havia chegado.

Pigarreei uma vez e nada.

Pigarreei pela segunda vez, e ela ainda parecia alheia a tudo a sua volta.

Dei-me ao luxo de pigarrear uma terceira vez.

– Problemas na garganta, senhor Cullen? — Perguntou ela do nada voltando a me encarar.

– Não senhorita.

– Damon o quer na sala dele agora.

– Já foi buscar seu café?

– Não. — Respondeu-me curta e grossa.

– Tem certeza de que nã...

– Senhor Cullen, Damon o espera em sua sala! Será que é tão difícil entender? — Ela levantou as mãos.

– Já estou indo, com licença senhorita.

Passei pela mesa de Elle e ela me olhou engraçado.

Bati na porta do escritório do senhor Salvatore. Caroline me atendeu.

– Oi Ed, entra aí. — Disse ela sem formalidade alguma.

Damon estava sentado em sua cadeira, seu escritório era bem parecido com o de Bella, porém era mais iluminado e decorado, estranho não? Inversão de papéis.

– Olá Edward! Sente-se. — Disse ele com um sorriso simpático.

– Ok senhor Salvatore.

– Cara, relaxe. Você pelo que sei é muito tenso. Precisa levar este trabalho como uma diversão com certas responsabilidades é claro.

– Às vezes é meio que impossível levar como diversão. — Fui sincero.

– A Bella é assim mesmo, mas ela é gente boa. Só pressiona um pouco, é o método dela e você só tem que saber lidar com isso e vai progredir.

– Ela pressiona um pouco? — Ri nervoso ao perguntar.

– Eu sei, é muito. — Ele riu dessa vez.

Narração Bella

Enquanto Edward estava na sala de Damon, aproveitei para ir até a cafeteria buscar meu bendito cappuccino.

Será que é tão difícil eu tomar um cappuccino sem acontecer um acidente? Pensei.

O otário do Cullen tinha razão, a fila estava absurdamente grande. Eu não poderia esperar muito. Então pensei rápido. Fui até o balcão, mas é claro que ouvi muitas reclamações, pois eu não estava sendo muito justa. Mas eu queria aquele cappuccino e quando quero uma coisa, eu não desisto, não importa o quanto ela custará no final.

– Com licença. — Chamei a atenção de um jovem que não aparentava ter mais do que vinte anos.

– Pois não? — Perguntou lançando-me um sorriso.

– Quero um cappuccino duplo, agora, ainda te dou uma super gorjeta se me der agora.

– Que tal um beijo como gorjeta? — Ele me sorriu malicioso. Que insolente!

– Sabe quem eu sou?

– Isabella Swan, a advogada...

– Do diabo. Já sei, mas até aqui?

– Eu ia dizer a advogada mais linda que já vi na minha vida.

– Ai como você é fofo! — Fingi ficar contente, fazendo uma voz melosa. — Agora será que dá para me dar a droga do cappuccino? — Agora o olhei séria.

– Aqui está senhorita Swan. — Ele me entregou.

– Aqui está sua gorjeta. — Pisquei para ele e saí.

Minha cabeça explodia de dor. Sentei-me em minha cadeira para tomar meu cappuccino e percebi que havia um papel colado no copo. O retirei e vi que tinha um número de telefone e um nome Robert. Balancei a cabeça negativamente para isso, mas acabei sorrindo. E foi aí que ouvi meu celular tocando.

Quando o peguei vi que tinha algumas mensagens. Pensei em lê-las depois, mas e se fossem de Klaus?

Eu até queria ler uma mensagem de bom dia meu amor, ou como você passou esta noite sem mim? Mas não foi nada disso que eu recebi.

A primeira era uma frase curta, mas logo saquei do que se tratara. Ela tinha sido enviada na mesma hora em que cheguei.

‘’A bruxa subiu na vassoura’’

A pessoa devia ter me enviado por engano, porque eu sabia da existência disso, desse tal ‘’apelido’’.

E havia outra:

‘’A Dragão tá voando’’

– Sou eu a Dragão! — Ri com aquilo. Sério, nunca me importei, eu acho tudo isso engraçado.

Mas meu sorriso se esvaiu quando vi a seguinte. Eram anexos de fotos. FOTOS MINHAS COM KLAUS? E COM EDWARD? Indignei-me.

E isso não fora o pior, a outra mensagem, a ultima, tinha um vídeo em anexo.

Respirei fundo e apertei o play.

Meus olhos se arregalaram diante daquilo. Como conseguiram me gravar lambendo a barriga linda de Emmett Cullen e ainda colocando a maldita nota de cem dólares em sua cueca?

– Cara, eu sou muito louca! — Ri nervosa.

Caminhei até a sala de Damon.

– Então ele é seu primo? — Perguntou Damon a Edward enquanto os dois explodiam nas risadas. Caroline ria também, mas logo se conteve quando me viu.

– Bella! — Falou Damon com entusiasmo.

– Edward você tem o que fazer, não acha? Documentos de Rosalie Hale. Acabou o clube da risadinha, volte para minha sala agora! — Falei em uma rajada só. Ele murchou e saiu.

– Rosalie Hale? — Damon pareceu surpreso.

– Sim depois te explico. Senhorita Forbes, faça companhia para Edward, sim?

– Posso Damon? — A petulante ignorou minha ordem e direcionou seu olhar para ele esperando sua permissão, como se a dele valesse e a minha não.

– Caroline, eu estou mandando você sair. Eu dou as ordens aqui! Saia!

– Ok senhorita.

– Precisava disso? — Perguntou Damon.

– Precisava. — Debrucei meu corpo sobre sua grande mesa. E fiquei encarando seus olhos azuis.

– O que você tem menina? — Ele passou suas mãos em meus cabelos rebeldes.

– Recebi um vídeo hoje.

– Eu até já sei qual é.

– E também fotos, mas não estou muito preocupada com elas.

– Também não se preocupe com o vídeo minha linda. — Ele afagou minhas bochechas.

– Eu tenho certo receio.

– De que?

– De que Klaus veja isso. — Falei sem pensar. Depois me arrependi é claro.

– O quê? — Ele se sobressaltou. — Sério?

– Não é um vídeo muito legal. E também na mesma noite em que dancei com ele, dancei com Edward também!

– Bella, tem medo de que Klaus veja suas fotos com Edward e o vídeo?

– Acho que sei lá! — Mostrei a língua.

– Por quê? Olha, Klaus não é um moleque. Eu o conheço muito bem, o cara é centrado, é esperto. Não se preocupe ok?

– Mas eu fiz coisa feia não?

– Não, só coisa engraçada. — Ele riu. — Querida, relaxe. Você está muito estranha hoje. Está tão alheia.

– Estou com dor de cabeça, só isso. Só não vou embora porque preciso resolver umas coisas de Rosalie.

– Sim, Rosalie! O que houve com ela?

– A história é longa. — Suspirei.

– Bom, hoje tenho compromisso no horário de meu almoço, mas amanhã podemos almoçar juntos e daí você me conta ok?

– Ela vai me matar, mas eu conto sim. Você precisa saber.

– E Elena? Tem notícias dela? — Vi seus grandes olhos azuis brilharem quando tocou no nome de sua ex-namorada.

– Falei com ela ontem, está bem.

– Ah. — Ele suspirou alto.

– Com licença. — Disse Caroline abrindo a porta. Apenas virei meu rosto, mas mantive minha postura, debruçada sobre a mesa de Damon, o que fez os olhos dela quase saltarem.

– Diga Carol! — Falou ele.

– É o senhor Mikaelson que está na recepção.

Meu coração já palpitou quando ouvi seu sobrenome, e me odiei por isso. Juro que me xinguei dos nomes mais feios que existem, até inventei uns xingamentos novos. Se Mell pudesse ler meus pensamentos eu ficaria pobre na mesma hora.

– Mande-o entrar Carol. — Ordenou meu amigo.

Segundos depois Klaus entra na sala de Damon.

– Klaus meu amigo! — Damon levantou-se e foi até ele abraçá-lo.

– Klaus. — O cumprimentei.

– Isabella. — Ele pegou em minha mão e a beijou delicadamente. Estremeci com seu toque e com seu beijo.

– Damon, me passe aqueles relatórios do caso Burke, por favor. Antes de conversarmos preciso analisa-los.

– Claro! — Damon sorriu para ele.

Os dois começaram a conversar distraidamente, senti minha cabeça doer ainda mais e optei por sair da sala.

– Bella meu amor, você está bem? — Perguntou Klaus.

– Melhor agora. — O QUE?????? EU DISSE ISSO MESMO? O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO? — Passe na minha sala antes de ir embora, eu preciso falar com você.

– Você acha mesmo que eu ia ir embora sem passar em sua sala? — Ele arqueou uma sobrancelha.

– Sei lá. — Dei de ombros me sentindo estranha.

Passei pela senhorita Woods e por Caroline que conversavam animadas sobre algo, e entrei em minha sala.

– DROGA, DROGA, DROGA! O que ele faz aqui? — Perguntei a mim mesma enquanto eu batia na mesa.

– Senhorita Swan? — Nem percebi a presença de Edward ali.

– Desculpe-me eu... — Ele me olhou surpreso, claro né, eu nunca peço desculpas, por que pedi agora?

– Está tudo bem?

– Não é da sua conta! Fez o que te pedi?

– Sim.

– Você recebeu algo em seu celular hoje? — Vi espanto em seu olhar.

– Recebi sim. — Sua voz saiu quase como um sussurro.

– O que você recebeu precisamente?

– Ér... Umas fotos suas dançando comigo, dançando com o senhor Mikaelson e saindo acho que do apartamento dele. Ah e também o vídeo.

– Por que fez isso Edward? Não tem graça e pode custar seu estágio aqui! — Ele engoliu em seco e piscou um pouco confuso.

– Não fui eu senhorita Swan! Por que eu faria isso?

– Para se vingar, oras!

– Porque eu me vingaria da senhorita? — Agora ele me olhou desafiando-me.

– Eu faço as perguntas aqui tá? — Alterei minha voz.

– Tudo bem, desculpe-me.

– Tem algum parente aqui na cidade?

– Tenho sim, ele é meu primo, chegou sábado e foi a barriga dele que a senhorita lambeu e foi em sua cueca que a senhorita depositou cem dólares. — Disse Edward divertindo-se com aquilo. — O nome dele é Emmett Cullen.

– Ai meu Deus! — Mostrei fragilidade ao falar aquilo para Edward e ter me desesperado em sua frente.

– Eu sei que a senhorita vai me matar por falar isso, mas eu preciso dizer. Acho feio uma mulher como você beber desse jeito e fazer tanta besteira! O que os outros vão pensar? A nossa chefa saiu com três em um final de semana apenas! Ok pode me bater ou me levar para a masmorra!

– Mulher bebendo é feio? Feio é você quando ainda estou sóbria! E quer saber mais? Não ligo para o que o povo daqui pensa, se eu quiser pegar três e daí? Eu pego! Essa porra de vida é minha não é? Agora saia da minha vista agora!


Fiquei sentada em minha cadeira giratória e virei-me para a janela, olhando para a cidade que fica pequenininha daqui de cima.



TPM! Era isso o que eu tinha.


E juntando o que esses infelizes fizeram comigo mais isso, hoje tô o cão, vou tocar o terror também. Vou me vingar daquele jeito. Preciso descobrir quem foi que mandou estas fotos e já sei como. Pensei

Fui até meu banheiro e fiquei observando meu cabelo no espelho. Estava um horror, eu nem tive ânimo para penteá-lo.

Tentei desembaraçá-lo com os dedos, mas a situação era crítica. Abaixei meu rosto até a pia e o lavei. Quando subi tomei um susto ao sentir alguém beijar meu pescoço.

– Desculpe-me eu não resisti. — Disse Klaus sorrindo torto. Eu que não resisti aquele sorriso. O prensei na parede e o beijei. Dane-se, ninguém tava vendo mesmo.

– Uau. — Disse ele ofegante.

Eu não sei o que está acontecendo comigo. Estou tão vulnerável ultimamente!

Saímos do banheiro e me deparei com Edward.

– O que faz aqui? Eu não o mandei sair? — Perguntei para ele.

– Só vim pegar meu celular. Já estou saindo. — Disse secamente e olhando feio para Klaus.

– Vá buscar um comprimido para mim, para dor de cabeça. — Pedi a ele.

– Ok.

Ficamos conversando um pouco, de coisas banais, sobre o fim de semana. Ele me perguntou o que fiz no domingo, perguntei a mesma coisa para ele. E assim foi até Edward voltar com meu remédio. Logo em seguida o mandei sair e dar uma volta. Perguntei se ele não queria minha vassoura emprestada. O Cullen sorriu, mas nada disse.

– Vassoura? — Klaus não tinha entendido.

– Piada interna.

Então seu celular tocou. Observei seu rosto, e parecia divertir-se com algo.

– Você recebeu alguma coisa interessante aí? Tipo um vídeo, umas fotos?

– Acabei de receber.

– O que exatamente?

Ele me disse que havia recebido fotos dele comigo, de meu assistente comigo e riu ao falar sobre o vídeo. Fiquei pasma com sua atitude. Eu estava esperando uma bronca ou um olhar decepcionado.

– Saiba que me senti mal, óbvio! Não deveria ter feito aquilo. — Eu falava a respeito do maldito vídeo.

– Por que se sentiu mal? Você é solteira não?

– Eu sou solteira? — Perguntei confusa.

– Sim, afinal nós dois — ele apontou para mim e para ele — é somente sexo não é? — Confesso que aquilo me doeu, foi como um soco em minha cara.

Mas aí me lembrei de que eu tinha dito isso a Alice, que o que eu e Klaus temos é somente sexo e nada mais.

– É isso então. — Torci a boca e olhei para os lados.

– O que nós temos Isabella? — Ele agora me olhava sério. — Quando me disse sim e que podíamos tentar ao que se referia?

– Acho que fomos embalados pelo momento.

– Eu não. — Ele foi taxativo. — Não sou de ser embalado pelo momento. Sabe que sempre fui um louco apaixonado por você, desde quando nos conhecemos na faculdade, eu me formei primeiro, fui a sua formatura, acompanhei praticamente todos os seus momentos importantes em Harvard. Aí eu fico me perguntando: será que te conquistei? Será que finalmente posso tentar te fazer feliz? O que você quer de mim exatamente, só sexo? Amor? Posso lhe oferecer os dois Isabella. Pense nisso. — Ele depositou um beijo em minha testa e saiu sem ao menos eu ter a chance de responder. Mas eu entendi, Klaus queria que eu pensasse bem em minha resposta.

Ele conseguiu mexer comigo de tal forma que fiquei sem palavras pela primeira vez em minha vida. Sempre fui decidida e de responder perguntas difíceis na lata, mas pense na tapa na cara que recebi dele agora? Doeu, mas também eu precisei ouvir, e tomar aquele chá de realidade. Mas eu pensaria nisso quando eu chegasse a minha casa. Não que eu tivesse coisas mais importantes, mas eu tinha que descobrir quem mandou as mensagens. E também Rosalie viria na parte da tarde para resolvermos seu caso do passado. Será que eu consigo me concentrar? Eu tenho que me concentrar, o caso é importante para minha amiga e ela merece que isso se resolva logo, porque já esperou demais, sim ela esperou por dez anos.

Não consegui comer nada, almocei com Alice. E fiquei ‘’viajando’’ nas palavras de Klaus enquanto ela tagarelava sobre os novos dançarinos da Brandon High Society N. C. Ainda me pergunto: Porque um nome tão grande? Ela sempre responde que para uma boate grande e chique o nome não podia ser diferente.

– Bella você ouviu o que eu falei?

– Não estou ouvindo nada desde quando você começou a falar. A única coisa que ouço é a voz de Klaus me falando aquelas coisas que me intrigaram por completo.

– Ai meu Deus, o que ele te falou?

– Muitas coisas Alice, e eu não quero ter que repeti-las, já basta isso ficar rondando minha mente.

– Bella, o que eu te disse? O que está acontecendo com vocês dois não é algo banal, eu vejo que estão muito envolvidos. Você pode até negar, mas sabe o que sente quando o vê, ou quando ouve seu nome. Talvez não saiba o que está sentindo no momento, mas é algo que foge do seu controle, ou não estaria assim, confusa, alheia a tudo, descontrolada emocionalmente.

– Alice eu...

– Bella ele é louco por você, é um cara bacana, lindo, muito gostoso, tem uma voz sedutora, é um cavalheiro, e vou repetir: é louco por você! Do que tem medo? Logo você a destemida Isabella Swan está assim por causa de um homem? Reveja seus conceitos amiga. Toma a direção nessa parte da sua vida, é o seu momento de se entregar e não ter medo disso, não ter medo de quebrar a cara, se não for ele o cara da sua vida, tudo bem, pelo menos vocês tentaram, se curtiram, se apaixonaram. A vida passa tão rápido como um piscar de olhos, não deixe para amanhã, faça hoje, faça agora. Dê as caras Bellinha. Eu tô aqui pra te ajudar, ok? E Rosalie e Elena também.

– Alice, não viaja ok? Acha mesmo que não tenho as rédeas curtas nessa parte da minha vida? É claro que tenho! O que eu tive com Klaus foi somente sexo, e daí se ele está apaixonado por mim há muito tempo? Eu sei o que sinto e não é paixão.

– Não consigo sentir firmeza em suas palavras, para de ser hipócrita, pode mentir para si mesma, mas para os outros e especialmente para mim, não. Mas se quer assim. — Ela deu de ombros. — Depois não venha chorar. Ah, esqueci-me, você não chora por isso não é? — Ela se levantou, deixou algum dinheiro sobre a mesa e saiu sem me dar tchau.

Por que todo mundo estava assim comigo hoje?

Ok, conseguiram me colocar para baixo.

Acabei chorando horrores. E passando da hora de voltar ao escritório.

Olhei para aquela pilha de papeis em cima de minha mesa e suspirei alto, tão alto que até o Cullen percebeu.

O telefone tocou e Edward atendeu.

– A senhorita Hale está aqui. — Disse ele.

Segundos depois ela entra em minha sala.

– Rose. — Sorri para ela.

– Bellinha. Você está bem?

– Alice não falou nada para você?

– Não, o que houve?

– Amiga, seu problema é mil vezes maior do que o meu, vamos resolvê-lo?

– Você conseguiu alguma coisa?

– Consegui recorrer, o caso vai a julgamento. Conseguimos as testemunhas, uma amiga que você tinha quando trabalhava na loja de sapatos, Jane. E também o médico legal e as enfermeiras que fizeram o exame corpo delito em você. Não poderei te acompanhar porque você não é uma criminosa e nem está sendo acusada de algo, mas estarei presente quando aqueles nojentos forem julgados.

– Bella amiga. Não sabe o quanto estou feliz! Acho que vou te agradecer pelo resto de minha vida. — Ela disse com lágrimas nos olhos.

– Não agradeça a mim e sim a Alaric. Ele se interessou pelo seu caso.

Depois que Rosalie foi embora, levantei-me e fui até o térreo. Eu iria ligar para o telefone que mandou as mensagens desde o estacionamento até o ultimo andar. Sei que as mensagens de aviso eram de um número e as fotos e o vídeo era de um restrito, ou seja, impossível ligar, mas fiquei pensando, e se foi a mesma pessoa que me mandou as mensagens, mas quis tentar me enganar para eu não pensar que foi ela quem mandou o vídeo?

Chamei meu assistente para ir comigo. Ele se colocou ao meu lado prontamente.

– O que vamos fazer senhorita?

– Observe.

Nada no estacionamento, nada no primeiro andar, nada no segundo, e nos outros sucessivamente. Juro que quase desisti. As pessoas me olhavam temerosas, peguei todas desprevenidas, e isso era bom.

Quando chegamos ao ultimo andar, ouvi um celular tocando. Aproximei-me até a bancada da recepção e o vi.

Não tinha ninguém na recepção. Tive que chamar a atenção das garotas. Elas estavam tomando cafezinho e comendo biscoitinho. Peguei o celular e o levei até elas. Ficaram brancas quando me viram.

– De quem é esse celular tão bonitinho? — Sorri.

– É meu. — Disse a ruiva, Victória seu nome.

– Então, vim aqui te convidar para subir em minha vassoura, senhorita Victória. Aceita? — Sorri sarcástica. — Bom descobrir quem me chama de bruxa e de Dragão. Bem criativa você não?

Ela nada disse. Até chegarmos a minha sala.

– Edward, vá até a recepção, chame as outras duas recepcionistas, peça para que aguardem juntamente com Elle, mande Caroline ficar no lugar delas e você no lugar de Caroline, enquanto converso com Victória.

– Sim senhorita.

– Victória, eu podia fazer você chorar hoje, podia te demitir e aí?

– Senhorita Swan, perdoe-me. Eu sei que não deveria ter feito isso, é uma tremenda falta de respeito, mas não farei mais isso ok?

– Isso não me interessa! Não tô ligando se vocês me chamam de bruxa, dragão ou algo pior! Só quero saber quem mandou fotos e vídeos para os celulares de todo mundo.

– Eu não sei quem foi, eu também recebi! Posso provar. — Ela me mostrou e vi que realmente tinha recebido também.

– Tudo bem, mudando de assunto, não saia as três juntas para tomar café, alguém precisa recepcionar as pessoas, se eu pegar vocês fazendo isso novamente, é olho da rua na certa! Tô falando sério senhorita! Saiba que tem muita gente querendo o lugar de vocês, e não vou hesitar em demiti-las as três ao mesmo tempo. Agora se retire e chama suas amigas.

– Sim senhorita, com licença.

Depois de conversar com as outras duas, esgotei-me. Dispensei Edward mais cedo e fui para casa.

Eu mesma iria buscar Mell no colégio. Avisei a babá dela que eu faria isso.

Mellanie ficou feliz a me ver.

– Tia o que faz aqui?

– Só vim te buscar pirralha, passar um tempo com você.

– Teve folga no trabalho?

– Na verdade eu saí mais cedo.

Fomos tomar sorvete. Demos uma volta em um parque perto de nosso apart e depois voltamos para casa.




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