sábado, 2 de fevereiro de 2013

Paixão em Forks II- 15 Febre


Febre
POV Belinha.
Ao acordar tateei a cama e estava sozinha, nem um sinal de Edward, era estranho como meu olfato estava sensível e podia sentir seu cheiro ainda fresco, era doce como anis. Mas algo me incomodou, minhas narinas ardiam e senti minha garganta seca.
Depois de estar pronta fui até a cozinha e enchi até a boca um copo d’água e o tomei em uma só virada.
_Que é isso Sarah? Comeu algo salgado?
_Não somente senti sede.
Minha mãe me encarava, eu sabia que ela estava percebendo algo de diferente em mim, eu mesma sentia a diferença, estava em tudo, meu corpo reagia diferente e sabia que poderia ser pelo fato de estar descobrindo desejos e vontades diferentes.
Peguei minha mochila, depois de comer uma tigela de cereal, um copo de suco, e um prato com ovos e bacon, senti que até meu apetite mudara.
Entrei no carro de Alice e imediatamente corei, eu não sabia exatamente do que ela estava à parte, e isso me deixava envergonhada.
_Esta calada Belinha?- Foi ela a quebrar o silêncio.
_Não tenho assunto.
_Pois eu tenho, como você pode esconder isso por muito tempo?
Aquela pergunta me pegou de surpresa, eu sabia que uma hora ou outra a história viria à tona, e não queria pensar neste assunto.
Novamente minhas narinas ficaram sensíveis e eu senti o cheiro doce, mas não era Edward era tia Alice, e minha garganta ficou novamente seca, passei a mão em meu pescoço como se isso fosse aliviar.
_O que foi? Está bem?
_Nada, só a garganta seca.
_Você ainda não me respondeu quando vai resolver isso?
_Tia, é complicado, como vou chegar a meus pais e dizer, “Olha papai e mamãe eu descobri que estou apaixonada por meu tio Edward” ou “ Mamãe arrumei um namorado, aliás você já o conhecem, é Edward”, vê não tem como, é complicado.
_Você nem imagina quanto!!
_Como?
_Nada, sei como é, mas tente resolver logo, as coisas escondidas nunca acabam bem.
Entrando na escola eu estava tentando evitar duas pessoas, Tia, que não iria gostar nada de minha atual volta a meu guarda roupa antigo, e Benjamim, que apesar de ser gentil me traria problema com Tia e Edward. Que não confessava, mas devia estar morrendo de ciúmes.
Acabava de fechar meu armário quando senti o mesmo cheiro doce, imaginei se Alice passava pelo corredor, mas não a vi, e quando minha garganta arranhava com sede, ao me virar em direção ao bebedor, dei de cara com Benjamim.
–Ai desculpe – eu trombei nele e desta vez forte o bastante, e senti como se trombasse em pedra pura.
_Tudo bem não foi nada, é novamente se esbarramos.
_É… -fiquei encabulada e senti meu rosto corar, fui até o bebedouro e tomei muita agua, ele permanecia ali de pé ao meu lado, em postura ereta, o cheiro continuava, não importava quanta água eu tomasse não saciava minha sede.
_O que você comeu pela manhã?
_Nada de diferente, só se o Bacon fez isso.
Fui me direcionando para aula de literatura e Benjamim me acompanhava, eu tentava não esticar assunto nenhum, porém ele insistia em perguntas simples, como: o porquê de estudar na cidade, o porquê de estar mudando tanto, eu me limitava a responder brevemente, no entanto após uma pergunta chegava outra.
Dei graças quando foi anunciado um teste surpresa, e assim teríamos que ficar calados. Benjamim hoje estava falante de mais.
No quarto período não aguentei e tive que pedir para beber água novamente, o professor só deixou, pois eu já tinha terminado toda folha de cálculo e entregue.
Desta vez eu senti um calor diferente, e minha nuca estava queimando, passei pelo bebedor, mas fui até o banheiro, a água da torneira saia mais rápido, e molhei minha nuca, e coloquei a boca direto no bico e bebia novamente com ânsia daquilo.
Quando o intervalo chegou observei Tia me procurando, hoje não conversamos ainda, e só teríamos a aula de educação física juntas no quinto período, peguei a bandeja e fui passando pelo bufê, e sem perceber eu aceitei tudo, meu estomago rocava, a fome me invadia, sentei afastada de todas as garotas, e quando engolia a comida quase sem mastigar pelo meu apetite que estava voraz, nem parecia uma garota, escutei a cadeira arrastar, o cheiro extremamente doce me invadia novamente, era estranho como em toda a minha vida não tinha nunca, sentido tal cheiro.
Benjamim sentou em minha frente e em sua bandeja nada além de uma maçã e um refresco. Imediatamente tomei minha Coca-Cola, com tanta sede, que Benjamim estendeu seu refresco.
_Ainda está com sede?
Eu aceitei, e bebi imediatamente.
_Hoje você está diferente, e com muita sede e fome pelo que vejo.
Ele observou minha bandeja que há minutos estava transbordando e agora estava completamente vazia.
O que dizer? Nem mesmo eu entendia o que havia de errado comigo.
_ E então, vai me dizer o que está acontecendo?
_É difícil dizer, nem eu sei.
Benjamim me encarou como se estivesse tentando saber se eu dizia a verdade.
Quando saia do refeitório observei que ele entregou sua bandeja com a maçã intacta.
_Sem fome?
_Bem acho que você esta comendo por nós dois hoje. – ele riu da piada que eu achei de mau gosto, que indelicadeza comentar sobre meu apetite.
Alice chegou próxima de mim no corredor e o cheiro agora ficava mais forte, eu tive que por a mão em meu nariz, e corri para o banheiro.
Joguei água na nuca, pois estava novamente quente, e Alice entrou atrás de mim.
_Belinha o que está havendo?
_Nada …na verdade eu não sei…
Ela me ajudou a se recompor e voltamos ao corredor a tempo do sinal tocar.
Direcionei-me ao vestiário e fiquei feliz em colocar a roupa de ginástica, era fresca.
Mas eu continuava a me sentir mal, então decidi não fazer aula. Sentei na arquibancada e coloquei minha cabeça entre os joelhos, respirava fundo, quando senti um cutucão.
_Ei porque esta fugindo de mim?
Tia estava parada em minha frente, com os braços cruzados e seu pé batendo impaciente.
_Não estou fugindo, só não me sinto bem hoje. – não era total mentira.
_Eu sei exatamente o que está acontecendo, vi você com Benjamim na entrada, também no refeitório, você está a fim dele não está?
_Eu já disse que não. – eu geralmente era calma, mas meu sangue ferveu quando levantei e a encarei.
_Ei mocinhas, calma, vamos gastar energia na quadra. – o treinador apartava, antes que virasse uma briga, mas será eu estaria disposta a brigar com Tia que há apenas alguns dias era minha amiga.
Não consegui escapar da aula, mas quando foram separar o time Tia não me escolheu e fiquei no adversário.
Chegando minha vez de sacar, ela começou a provocar do outro lado da quadra de vôlei.
Meu sangue ferveu e eu saquei com tamanha força, que nem eu imaginava ter, a bola saiu como uma bala de canhão atravessou a quadra e só parou quando chegou à cabeça de Tia.
A força foi tamanha que a garota que se podia chamar de ex-amiga caiu no chão.
_Sua vadia, vagabunda..- ela levantou com raiva, passou pela quadra chegou a rede abaixou para passar, e estava vindo em minha direção.
Minha reação normal seria correr, chamar o treinador, tentar acalmar a situação, mas nada disso ocorreu, meu sangue esquentou e senti um impulso de raiva, segui em sua direção.
_Quem aqui é a vagabunda?- quando estávamos prestes a voar uma na outra, eu podia até ver as meninas em volta- Briga – briga
Só que algo aconteceu, senti meu corpo tremer e ficar quente de mais, e o suor escorria em minha nuca, então tudo ficou escuro, e eu senti meu peso cair.
(***)
POV Edward.
Tentávamos traçar estratégias para caso Tânia chegasse ao extremo de ir aos Volturi, mas minha cabeça era invadida por imagens de Belinha todo tempo.
_Edward, calma cara se concentra.
_É difícil.
_Amor, como é intensa a sensação.
_Jasper não é só o sentimento que me amedronta é como reajo quando estou com ela, eu não penso, eu não raciocínio, nada eu ajo com impulso só guiado por minhas vontades.
_E você tem medo por ela ser humana, mas e Bella? Que alias é mãe dela, cara é complicado mesmo!
_Jasper, viu meu impasse, com Bella eu me preparei, mas com Belinha tenho medo, ela parece tão mais frágil, delicada, como se qualquer coisa a machucasse.
Envolto na conversa eu tentava analisar como resolver todas as questões pendentes, quando meu telefone tocou.
_Que foi Alice?
_Corre Edward, venha até a escola já, é Belinha.
Saltei da cadeira e cheguei até o carro como vento.
–O que aconteceu?- continuava afalar enquanto abri a porta e entrei no carro.
_Ela desmaiou na aula de educação física.
_Mas a levem ao hospital.
_É complicado, ela estava quente e quando tiraram sua temperatura ficaram assustados, então antes que a levem ao hospital acho melhor você vir buscá-la, como médico da família, sei lá, sei que ela não pode ir para um pronto socorro comum.
_Por que Alice? Calma eu chego aí.
_Edward, além de Carlisle você é o único médico que conhece a peculiaridade dos ancestrais de Belinha.
Entendi imediatamente o que Alice falava, desliguei o telefone nas curvas da estrada que levava a Forks, estacionei de qualquer jeito no estacionamento e corri, quando senti a presença de pessoas diminui o ritmo.
Cheguei à enfermaria, e vários alunos curiosos e professores amontoavam-se em volta da porta, busquei passagem e Belinha estava envolta em vários lençóis úmidos, em uma tentativa de abaixar sua temperatura.
Depois de assinar termos de responsabilidade a carreguei nos braços até ocarro e fui direto a La Push.
Bella esperava aflita fora de casa, e Jacob chegou com sua moto junto comigo.
_O que aconteceu?
_Ela está desmaiada.
A levei em seu quarto e a deitei na cama, tirei sua temperatura e o termômetro marcava 43 graus.
Seria morte na certa para qualquer um, mas não para alguém que tem sangue Quileute.
Retirei uma amostra de seu sangue, e acalmei Bella para que eu fosse até o laboratório do hospital e eu mesmo fizesse os exames.
Depois de ter os resultados em mãos, cheguei a La Push e Bella ainda estava aflita.
_Edward ele não reage, é algum vírus? Ela estava diferente pela manhã…
_Calma, vamos conversar. – enquanto Bella estava aflita Jacob permanecia calado, em sua mente muitas duvidas quando pela sua cabeça passou uma simples ideia que para ele seria apavorante.
_Infelizmente Jacob suas desconfianças estão certas, comprovei com um exame simples dos cromossomos dela.
Jacob me encarou e depois olhou para Bella que sem entender nada suspirou e com alguns segundos de meditação deve ter chego à conclusão.
_Não, Jacob, minha filha não!!
POV Belinha.
Linkin Park- In the end-
…O calor se tornou fogo, brasa e queimava minha pele, eu tentava gritar de dor, era horrível, mas nada saia de minha boca a não ser um bafo quente.
Em minha frente surgiu um Lobo grande e branco, e seu bafo era tão quente quanto o que saia de minha boca.
Era denso e estava ficando sufocante e difícil de respirar, o cheiro doce ainda queimava e minha garganta ainda estava quente, e com um sopro eu respirei fundo e abri os olhos…
Olhei em volta e não havia sinal da escola, nem de Tia, o que aconteceu? Eu levei uma surra? Será que dei vexame? Olhei em volta eu estava em meu aconchegante quarto, olhei para cabeceira e tinha um copo com água eu o bebi em um só gole, mas a sede não foi embora, decidi levantar e ir até a cozinha, estava levemente tonta, mas meu ouvido teve um zumbido, e de repente eu podia ouvir até a conversa na sala, eram três:
Minha mãe, ela andava de um lado para o outro, eu podia escutar seus sapatos guinchando, meu pai, estava respirando denso e pesado igual quando ficava preocupado, e ele, Edward, que mesmo com ausência de batimentos, eu podia sentir seu cheiro, que novamente fez minha garganta arder.
Peguei na maçaneta e ouvi:
“Como isso pode acontecer com minha filha? ’
“Calma Bella, está em meu sangue.”
“Mas ela é uma garota. “
“Lembre-se de Leah”
“Mas como? “
“Deve ser pelas circunstâncias, a volta de Tânia, vampiros novos estarem chegando, inclusive um estuda com ela.”
“ E você não nos conta nada?”
“Jacob, eu mesmo soube a pouco de tudo”
“Tânia? Então ela veio atrás de mim, ainda quer se vingar, e minha filha que paga por isso?”
Minha mãe estava com voz aflita.
Tania? Quem era essa? E o que ela tinha a ver comigo? Como a Leah entrou nessa história? E porque se vingar de minha mãe? E vampiros em minha escola?
Eu tinha que tirar a limpo, saí como uma rajada.
_Do que vocês estão falando?
_Belinha? Você acordou, como se sente? – Edward chegou a meu lado.
_Diferente, estranha, mas quero saber do que vocês estavam falando, eu ouvi tudo, não sei como, mas ouvi.
Eles se olharam entre si.
_Minha filha calma, tente não ficar nervosa que é pior.- Meu pai se aproximava com cautela, de mim.
_ Quem é Tânia?
_Bem isso você pergunta para o garanhão aí. – meu pai apontou para Edward que me encarou com olhar triste eu sabia que tinha algo ali.
_Bem, Tânia… É um “problema” antigo.
_Problema? Fale logo, filha, Tânia é uma ex- louca de Edward.
–Ex?- nunca senti ciúmes, mas sabia que o fogo que começava na boca de meu estomago significava isso. – Mas pelo que ouvi eu entendi que ela queria se vingar da mamãe!
_Bem- minha mãe corou e tentou explicar.- É que antes de seu pai, eu e Edward,.. – ela não achava as palavras, mas eu entendi, se uma ex de Edward queria se vingar de minha mãe era porque, Meu deus, minha mãe e Edward, já foram…
Meu sangue ferveu, olhei acusatoriamente para Edward.
_Então é isso, agora entendo tudo, eu sou só uma substituta para… Meu Deus Edward como pode?- meu sangue subia e descia feita água quente borbulhando…
…Eu senti um impulso de sair correndo.

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